Monday, July 25, 2005

Moeda

Em uma época remota, em uma civilização perdida dois jovens – Re e Li – vieram a revolucionar a história de sei povo – a população de Fasio. Nesse reino, filósofos, artistas encontravam inspiração devido à liberdade de pensamento, apesar de ser um reino despótico o rei valorizava muito os cientistas. Afinal sem conhecimento não há desenvolvimento. Re(caçula e sonhador) e Li(esperto e corajoso), filhos da nobreza freqüentemente fugiam das atividades escolares para brincar nos morros, contrariando seu pai.
Re e seu irmão mais velho, em uma de suas desobediências no morro Litos , resolveram brincar de algo parecido com esconde-esconde entre as grutas do Litos.
- Quem procura primeiro? – perguntou Re
- Tu! Ora, sempre eu começo, vamos variar um pouco.
Meio contrariado Re concordou e logo iniciou a contagem enquanto Li se escondia.
- Não! – gritou Re – Hoje é o dia do eclipse, logo não posso me atrasar para as comemorações – falou agora em tom mais calmo.
Entretanto Li não aparecia ... uns 5 minuto depois, iniciara o eclipse. No ápice do fenômeno inicia-se um terremoto. Poucos segundos depois Li aparece assustado, talvez devido aos tremores. Não houve tempo para maiores perguntas, apenas para correr. As vibrações se intensificaram. ‘O Litos está vindo abaixo...’ gritou um deles.
A poeira baixou e acima das rochas encontrava-se uma estátua dourada de uma mulher com duas asas e uma túnica aparentemente pesada.
- Li, tas bem?
- To!
- Quem será aquela senhora?
- Frípeda , a senhora de todo o universo, a dona das leis. Enquanto estava lá no Litos ela me pediu para te dar um recado “Li, avisas a Re que ele foi escolhido para guardar Fasio com sabedoria e justiça. Inicia-se hoje uma nova era”.
- Tem alguém aí? – gritou um soldado.
- Estamos aqui!
- Apressem-se garotos. O rei quer vos ver.
No palácio real Re relatou o ocorrido. O rei atônito não pode deixar de acreditar no que ouvia, pois não havia explicações científicas para tal evento. ‘Pois bem o trono é teu mas prometas que não irás me reduzir a escravo.’ Disse o rei confuso. Em poucos dias toda à população de Fásio estava adorando Frípeda.
Li freqüentemente tinha visões, meio pelo qual a deusa falava com ele, e logo foi elevado a conselheiro Real. Os anos passaram e o reino caminhava à perfeição, pois os deuses sempre recompensam à aqueles que os obedecem. O reino mudou de nome – Reino de LiasNedo - pois assim Frípeda preferia Nos registros históricos esse período ficou conhecido como “A Libertação”. E todos viveram felizes para sempre!

Outro ângulo:
Leia o primeiro e o segundo parágrafo novamente:
Enquanto Re contava, Li procurava um bom esconderijo. Entrou numa gruta bem escura ‘provavelmente Re não me encontrará!’ Uma parte da caverna era iluminada por uma pequena fresta no teto. ‘O que será isso... uma pepita de ouro?’ A iluminação enfraqueceu-se e Li lembrou das comemorações do eclipse. Correu para arrancar a pepita e ao puxar sentiu o piso da gruta trepidar. Disparou a procura de Re que parecia bastante assustado. Não houve tempo para maiores perguntas, apenas para correr. As vibrações se intensificaram. ‘O Litos está vindo abaixo...’ gritou um deles.
A poeira baixou e acima das rochas encontrava-se uma estátua dourada de uma mulher com duas asas e uma túnica aparentemente pesada.
- Li, tas bem?
- To!
- Quem será aquela senhora?
Li pensou em contar a verdade, porém não queria se sentir culpado do desmoronamento do morro. Então inventou uma simples mentira ‘Frípeda, a senhora de todo o universo, a dona das leis. Enquanto estava lá no Litos ela me pediu para te dar um recado “Li, avisas a Re que ele foi escolhido para guardar Fasio com sabedoria e justiça. Inicia-se hoje uma nova era”‘ . Li não pensou na hipótese de Re engolir a estória mas até em momentos de desespero ele tentava passar a perna em seu irmão.
- Tem alguém aí? – gritou um soldado.
- Estamos aqui!
- Apressem-se garotos. O rei quer vos ver.
Ao chegar no palácio Re teve a iniciativa de narrar o evento que passaram. Percebendo os elementos fantásticos narrados pelo seu irmão, Li espantou-se, porém vendo que o rei parecia acreditar nos fatos manteve-se calado. A Li só restava duas opções: contar que a queda do Litos foi conseqüência de sua ganância e ser condenado à morte por estragar a comemoração, ou, esperar para ver o resultado. Ele escolheu a segunda opção. O rei atônito não pode deixar de acreditar no que ouvia, pois não havia explicações científicas para tal evento. ‘Pois bem o trono é teu mas prometas que não irás me reduzir a escravo.’ Disse o rei confuso. Em poucos dias toda à população de Fásio estava adorando Frípeda.
Agora Re era o rei. Entretanto Li governava indiretamente, pois, era muito fácil enganar seu irmão. Bastava dizer que a deusa se comunicava com ele, e tudo estaria do seu jeito. Aos poucos a população de Fasio foi sendo explorada de forma desleal. Os cidadãos não notavam devido à crença de estarem assim porque Frípeda assim queria. Li decidiu alterar o nome do reino, acreditando na possibilidade de sobrarem registros do passado. Agora Fasio se chamava LiasNedo. Para evitar uma rebelião entre filósofos, “Frípeda” dizia que para serem purificados, os “hereges” deviam pagar o crime com a própria vida. Uma epopéia descrevendo como a deusa libertou a população foi escrita pelo próprio Li. Assim a população viveu “feliz para sempre” sem notar que grandes milagres só acontecem no passado. E quanto à imagem da deusa, provavelmente restos de uma civilização anterior.
Plínio
moral: Assim como uma moeda nada possui um único lado. Como também não lados verdadeiros, pois, a verdade depende do ângulo e de quem observa o fato.
PS: Eu não sou escritor profissional, não enxerguem os erros. Outra coisa alguns nomes são anagramas de palavras que dariam maior sentido ao conto...

1 comment:

Anonymous said...

Bacana Plínio. Ficou bem legal e muito bem dito, nada possui um único lado. Abraço.

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